quarta-feira, 16 de março de 2011

Quer verba do Ministério da Cultura para o seu blog?

Cc-proibido

Pois vai continuar querendo. A menos que seja "assim" com os homens... ou melhor, com a mulher, ministra Ana de Hollanda.

Sob sua gestão, as trapalhadas do Ministério da Cultura continuam. Agora, segundo informações da jornalista Mônica Bergamo, autorizou a cantora Maria Bethânia a captar R$ 1,3 milhão para criar o blog "O Mundo Precisa de Poesia",  que apresentará, diariamente, um vídeo da musa baiana interpretando grandes obras, sob a direção de Andrucha Waddington.

A cantora já teve concedida verba de R$ 1,5 milhão liberda para uma turnê há três anos. Apesar de seu pedido de R$ 1,8 milhão ter sido rejeitado pela área técnica do MinC, foi autorizado pelo então ministro da cultura Juca Ferreira quase na sua totalidade.

Enquanto milhões de artistas têm seus direitos vilipendiados pelas multinacionais da cultura, o MinC se volta contra o Creative Commons, que permite ao autor dispor livremente quanto ao compartilhamento de suas obras, e protege os amigos distribuindo verbas a mancheias. Faz-nos lembrar o velho dito popular: aos amigos, tudo; ao inimigos, a lei.

Mamãe, eu quero. Aceito de bom grado  verba cultural para implementar meu blog, será que a ministra me concede? Diferentemente dos que embolsam grandes verbas, decidirei como compartilhar meus conteúdos, sem pedir licença nem cerimônia do beija-mão. Blogueiros de plantão que considerem justa a reivindicação, manifestem-se comentando aqui. Quem sabe iniciamos um abaixo-assinado e o encaminhamos ao MinC declarando este e outros descontentamentos relativos a patacoada ministério-cultural...

3 comentários:

  1. 1/2

    É dinheiro sobrando, né, Regina.
    Em nosso país, onde a “riqueza” impera, afinal pagamos por qualquer bem de consumo quatro vezes mais do que pagam os norte-americanos (que são potência de primeiro mundo e não se dispõem a tanto); que pagamos juros elevadíssimos em tudo que compramos e, como cidadãos conscientes, solicitamos nota fiscal; que mês a mês temos descontados em nossas folhas de pagamento o famigerado imposto de renda (três salários mínimos já é considerado “renda”, com aluguéis em casas descentes “mordendo” metade disso - o que sobra para as demais despesas).

    Mas, enfim, “somos” ricos o suficiente para garantir a distribuição desse dinheiro público “ocioso” para os “amigos da corte”.

    Por que quem se importa com educação, moradia, segurança e saúde precárias, se são as melhores moedas de troca nas eleições, utilizadas pelos candidatos (sempre os mesmos e os mesmos discursos), para perpetuarem-se no poder?

    Comprar bens de consumo (discutivelmente) duráveis em oito anos passou a ser visto como o “benefício que a população carente esperava”.

    Um veículo nas mãos de quem não tem educação básica, mínimo respeito ao próximo, princípios de cidadania deixa de ser um bem útil para se tornar uma arma. E obter uma carteira de habilitação continua sendo tão fácil quanto se puder despender da quantia necessária à aquisição “facilitada”.

    Os exemplos são inúmeros! Se não houver preparo para receber benefícios - ainda que necessários -, isso se tornará antes um sentimento de “poder” (ainda que pseudo-poder), orgulho e objeto de exibição.

    E tudo isso porque os “amigos dos pobres” (como se auto-intitula o partido que comanda a esfera federal) privilegiam quem já não precisa desse “apadrinhamento” escuso, porque sabem caminhar com suas próprias pernas – ou já deveria (!) -, como nos elevadíssimos montantes pagos como “ressarcimento” a alguns ‘companheiros’ da época das militâncias guerrilheiras - que mais procuravam a autopromoção do que promover a democracia, pois através de seus métodos, se vencessem, apenas demonstravam uma substituição de ditaduras.

    Continua...

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  2. 2/2 – continuando...

    Então, com dinheiro sobrando a “gente” vai engolindo o reajuste vergonhoso e execrável dos salários dos parlamentares - efeito cascata, levando o país inteiro nesse ‘cordão-da-alegria’ -, vai engolindo os caminhões de bens da residência presidencial que o ex-ocupante do cargo levou para incorporar ao seu patrimônio privado, alegando “presentes particulares” - mesmo que dali pudéssemos distinguir objetos pertencentes à casa desde a época do presidente do período 1991-1994, as exorbitantes verbas de gabinete e para contratação dos aviltantes “funcionários em comissão”, pra citar alguns.

    E vamos ficando sem a educação básica; ensinando apenas os rudimentos da escrita e leitura, para que possam saber identificar os números no momento da digitação diante da máquina de fazer novos ricos (a urna eletrônica), sem um mínimo de discernimento quando à grande massa forem apresentados discursos tais e quais os que tivemos o desprazer absoluto de ver nos programas eleitorais das últimas eleições (um circo da pior qualidade e totalmente inclassificável).

    Enquanto o “Seu Candidato” puder “prometer” e o povo acreditar que “se eleito, mudanças serão implementadas em todas as áreas primordiais” (“áreas primordiais” para quem? Para ele, claro, com família passando de reles funcionário ou micro-empresário para mega-milionários da noite para o dia, por exemplo - mas tudo dito e feito com a ambigüidade necessária e conveniente).

    Enquanto toda a “fantasia” das campanhas eleitorais puderem ser levadas a público e completamente descumpridas, porque nossa legislação não obriga ao vencedor ao cumprimento das promessas, nem tampouco da comprovação da viabilidade dos projetos enquanto programas de governo.

    Enquanto o povo puder iludir-se com o futebol - ainda que o miserável que andamos recebendo, as músicas que só fazem apologia ao sexo fácil e ao consumo exagerado de bens inúteis e drogas para a manutenção da “Sociedade da Aparência”, enquanto a beleza física for a glória em detrimento do conhecimento intelectual, assistiremos a “espetáculos” dessa natureza.

    A vergonha nacional: no país em que tanto dinheiro sobra para a “bandalheira geral”, pessoas passam fome de educação e sequer sabem disso.

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  3. Hoje o cineasta Jorge Furtado sai em defesa de Maria Bethânia http://www.casacinepoa.com.br/o-blog/jorge-furtado/gritaria-contra-o-blog-de-maria-beth%C3%A2nia-%C3%A9-uma-mistura-de-ignor%C3%A2ncia-preconceit. Continuo reprovando a estratégia de Maria Bethânia, Andrucha e dos envolvidos no projeto. Quanto ao fato de o dinheiro ser repassado pela iniciativa privada, o pensamento de Furtado é falacioso: o dinheiro empregado no projeto pelas empresa...s vem de impostos que deixarão de ser pagos, então, c'est la même chose... é como se o Governo estivesse desenbolsando a quantia. Quem vive de patrocínio, adora pôr a boca no mundo contra a "burguesia" que vende serviços ou produtos, como se sua arte também não fosse "vendida", uma vez patrocinada. Querem garantia de retorno financeiro para seus projetos sem riscos, diferentemente dos empresários que tanto criticam - e que, no final, são quem paga a conta. E digo mais: até para apresentar um projeto há que se ser amigo do rei, porque as exigências são tantas que dá até medo: geralmente é preciso um intermediário (que cobra!) para formatar os projetos nos moldes desejados. Basta ver a lista publicada em http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2011/02/CNIC-184.pdf para ver quantos foram indeferidos por apresentarem "irregularidades". Geralmente de artistas pouco conhecidos, que pleiteiam valores ínfimosl, comparados aos de MB. v

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